Tesouro Direto: taxas de títulos públicos apresentam estabilidade e papéis de inflação oferecem até 5,78%

A terça-feira (18) reforça o “clima” com o qual a semana começou: o mercado respira um pouco mais aliviado. Tanto internamente quanto globalmente, a marca é a ausência de grandes novidades. E a falta de notícias, como diz o velho ditado, é uma boa notícia. A bolsa brasileira avança com o cenário externo; o mercado acionário norte-americano e o europeu seguem o maior otimismo dos agentes financeiros.

A melhora no humor também é reflexo da reviravolta fiscal vista no Reino Unido na véspera (17). Na ocasião, o novo ministro das Finanças do País, Jeremy Hunt, descartou a maioria das políticas fiscais propostas anteriormente.

No Tesouro Direto, as taxas apresentam estabilidade nesta tarde. Na última atualização do dia, os retornos oferecidos pelos Tesouro Prefixado 2025, 2029 e 2033 tiveram ligeira queda. A principal foi do Prefixado 2029, de seis pontos-base (0,6 ponto percentual).

Por volta das 15h30, o juro máximo oferecido por papéis prefixados era de 11,84% ao ano e e era entregue pelo Tesouro Prefixado 2033. O retorno é um pouco menor em comparação ao oferecido pelo título na véspera (17), de 11,89%.

A maior rentabilidade real oferecida por papéis atrelados à inflação, por sua vez, era entregue pelo Tesouro IPCA+2055 (5,78% ao ano), no mesmo horário. A taxa é ligeiramente menor do que o verificado na segunda-feira (5,80%).

“Hoje os juros estão com pouco movimento. A novidade maior aconteceu ontem, com o relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), apontando que os níveis dos reservatórios estão bons, em 50% – no ano passado o índice era 17% no Sudeste e no Centro-Oeste”, diz. “Isso significa que, provavelmente, não será preciso subir a bandeira tarifária”, completa Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, ao ressaltar que isso deve pesar menos na conta de luz e nas expectativas de inflação.

Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Investimentos, também afirma que o Índice Geral de Preços -10 (IGP-10), divulgado hoje, não trouxe muitas novidades. “O alívio na inflação já é esperado pelo mercado este ano. Vemos a cada semana o [Relatório] Focus indo para baixo, detalha.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta terça-feira (18): 

Fonte: Tesouro Direto

Reino Unido

Na cena externa, a primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, que está há pouco mais de um mês no cargo, pediu desculpas publicamente pelo fracasso de seu plano fiscal baseado num forte corte de impostos anunciado em setembro e que causou uma crise nos mercados de dívida e câmbio nas última semanas.

Em entrevista na noite de segunda-feira (17) à BBC, Truss aceitou a responsabilidade por ter ido “muito longe, muito rápido” em seus planos para reativar a economia e disse que queria “pedir desculpas pelos erros que foram cometidos”.

À BBC, a primeira-ministra disse que continua comprometida com uma “economia com impostos baixos e alto crescimento”, mas ponderou que preservar a estabilidade econômica agora era a “prioridade”. “Eu acho que é a marca de um político honesto que diz ‘sim, eu cometi um erro’. Teria sido completamente irresponsável da minha parte não agir no interesse nacional da maneira que agi”, disse.

IGP-10

No noticiário doméstico, o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 1,04% em outubro ante setembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). No mês anterior, o índice também havia registrado variação negativa (-0,90%), assim como em agosto (-0,69%). Com esse resultado, o índice acumula alta de 6,33% no ano e de 7,44% em 12 meses.

A queda veio um pouco menos intensa da esperada pelo mercado: o consenso Refinitiv apontava para uma deflação de 1,08%.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 1,44% em outubro, ante deflação de -1,18% em setembro. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou +0,17% em outubro, ante queda de -0,14% em setembro.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, variou perto da estabilidade (0,01%) em outubro. No mês anterior, a taxa foi de -0,02%. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de setembro para outubro: Serviços (0,44% para 0,27%) , Mão de Obra (0,17% para 0,25%). Já o grupo Materiais e Equipamentos repetiu a taxa do mês anterior, de -0,32%.

Pesquisas eleitorais

O mercado está em compasso de espera, aguardando o resultado da eleição. A menos de duas semanas do segundo turno, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na dianteira da disputa pelo Palácio do Planalto, segundo pesquisa realizada pelo Ipec, divulgada na segunda (17).

De acordo com o levantamento, Lula tem 50% das intenções de voto totais, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, tem 43%. Na pesquisa anterior, divulgada uma semana atrás, o placar era de 51% a 42% a favor do ex-presidente.

Eleitores que indicam votar em branco ou anular o voto somam 5% dos entrevistados, ao passo que 2% não souberam ou optaram por não responder ao questionamento. Os patamares são os mesmos da última pesquisa.

Considerando apenas os votos válidos (ou seja, excluindo eleitores indecisos e indicações de voto em branco ou nulas), Lula teria 54%, e Bolsonaro, 46%. Na semana passada, o placar estava em 55% a 45% a favor do petista. As oscilações dos candidatos estão dentro da margem de erro estimada, de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Também na cena política, o candidato do Republicanos ao governo do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, descartou que o tiroteio ocorrido próximo ao local de sua visita a um programa social em Paraisópolis, na manhã desta segunda-feira, na capital paulista, tenha sido um atentado político-partidário. Em entrevista coletiva na tarde de ontem (17), Freitas disse que o que ocorreu foi uma “intimidação” feita pelo crime organizado para demarcar território.

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