Tesouro Direto: títulos prefixados oferecem até 11,75% com mercado de olho em fala de Bolsonaro


A repercussão da eleição do último domingo (30), da qual saiu vitorioso Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dá o tom ao mercado na tarde desta terça-feira (1).

O país espera a primeira fala do presidente Jair Bolsonaro (PL) depois do resultado do segundo turno. Além disso, os bloqueios de vias, feitos por caminhoneiros bolsonaristas, que ocorrem no país após o resultado da eleição presidencial, tomam conta do noticiário.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes liberou que as polícias militares dos Estados ajudem na desobstrução das estradas bloqueadas.

Na véspera da decisão de política monetária nos Estados Unidos, o clima positivo predomina nos mercados. Hoje pela tarde, os contratos futuros dos Fed Funds indicavam uma probabilidade de 88% de que haja uma alta de 0,75 ponto percentual na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) da próxima quarta-feira (2).

No Tesouro Direto, o mercado de títulos públicos opera com os juros em queda nesta tarde. Para Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, a queda do dólar frente ao real durante a sessão ajudou a pressionar para baixo os juros oferecidos pelos títulos do Tesouro Direto.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na última atualização do dia, o retorno máximo oferecido por papéis prefixados era de 11,75%, pelo Tesouro Prefixado 2033, com cupom semestral. Na véspera (31), a taxa era de 11,86%.

Papéis atrelados à inflação, por sua vez, ofereciam uma taxa real de até 5,74% ao ano, às 15h20. O papel que entregava esse retorno era o Tesouro IPCA+2045. Na sessão anterior, o mesmo título oferecia uma remuneração real de 5,81% ao ano.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta terça-feira (1): 

Fonte: Tesouro Direto

Transição

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu o vice de sua chapa, Geraldo Alckmin (PSB), para coordenar a equipe de transição de governo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A decisão foi comunicada na tarde desta terça-feira (1º) por Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT. A parlamentar também integrará a equipe, juntamente com o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), responsável por coordenar o programa de governo da campanha.

“Ele é o vice-presidente da República e tem mais do que legitimidade, poder político e institucional para conduzir isso. A decisão do presidente foi nesse sentido”, disse Gleisi ao justificar a escolha.

Copom e produção industrial

O destaque da cena econômica está ata do Copom e nos números da produção industrial. Com relação à ata, o Comitê reforçou que se manterá vigilante, a fim de avaliar se a estratégia de manter a taxa de juros elevada por um período prolongado será adequada para assegurar a convergência da inflação em torno da meta, com o horizonte relevante situado seis trimestres adiante.

No documento, a autoridade monetária disse que vê uma redução da ociosidade e espera uma queda mais acentuada da atividade à frente. O Banco Central também demonstrou preocupação com o cenário fiscal do País em meio a uma ampliação de gastos permanentes do governo e incertezas sobre a condução das contas públicas no ano que vem.

Ao comentar sobre a ata em relatório, os analistas do Bradesco afirmaram que, por um lado, o BC enfatizou os impactos já perceptíveis da política monetária sobre a atividade e o crédito. Por outro, pontuou que a inflação segue elevada, a despeito da queda relacionada as medidas tributárias, e continuou enfatizando os riscos ao cenário.

Na visão dos analistas do Bradesco, a comunicação recente do BC endossa o fim do ciclo de altas de juros, mas o cenário-base da autoridade ainda não possibilita a reversão do patamar restritivo da política monetária dentro de um futuro próximo.

“Portanto, mantemos nossa visão de que os cortes de juros devem ocorrer apenas a partir de meados do próximo ano”, destacaram os especialistas do banco.

Números de atividade também estão no radar. A produção industrial brasileira caiu 0,7% entre os meses de agosto e setembro acumulando sua segunda taxa negativa seguida, conforme trouxe hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A retração foi um pouco mais forte que a esperada: o consenso Refinitiv aponta para queda de 0,6%. Na comparação com setembro de 2021, houve crescimento de 0,4%. No ano, a indústria acumula queda de1,1% e, em 12 meses, de 2,3%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo o IBGE, as quatro grandes categorias econômicas e 21 dos 26 ramos pesquisados mostraram redução na produção na passagem de agosto para setembro.

Entre as atividades com maiores influências negativas no mês, destacaram-se produtos alimentícios (-2,9%), metalurgia (-7,6%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,6%). Também houve recuo em bebidas (-4,6%) e produtos de madeira (-8,8%).

Bloqueios

Os caminhoneiros bolsonaristas não encontraram tração nas entidades de classe que representam “o Produto Interno Bruto (PIB)” do país. Os setores, que já se manifestaram oficialmente, indicaram não apoiar as paralisações, enquanto outros esperam o desenrolar da história para se posicionar.

Uma das primeiras entidades a se posicionar foi a CNT (entidade que representa as empresas de transporte), que criticou as interdições e entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para liberação das estradas – pleito que foi atendido pela Corte.

A confederação disse que os bloqueios causam “transtornos econômicos”, além de afetar o deslocamento de pessoas doentes e de produtos de primeira necessidade, como alimentos, medicamentos e combustíveis. Na mesma linha, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), entidade que reúne as empresas de transporte rodoviário de cargas, afirmou que não apoia o “movimento de caminhoneiros autônomos”.

Na véspera (31), o ministro STF Alexandre de Moraes determinou que forças policiais tomem todas as medidas necessárias para desobstruir rodovias bloqueadas por protestos.

Moraes também intimou diversas autoridades a tomar providência, principalmente o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, sob pena de ser multado em R$ 100 mil por hora, em caráter pessoal; de ser afastado de suas funções; e até de ser preso em flagrante, por crime de desobediência, “em face da apontada omissão e inércia da PRF”.

A maioria dos ministros do STF acompanhou a decisão de ontem do colega, em julgamento realizado em plenário virtual: Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Rosa Weber e Dias Toffoli. Faltam se manifestar Ricardo Lewandowski, Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques — os dois últimos indicados à corte por Bolsonaro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


Esse post pertence ao site:
www.infomoney.com.br

LINK ORIGINAL DO POST

O que você achou desse post?
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0

Deixe um comentário

ACHADINHOS BARATOS

Esse post pertence a esse canal