As taxas dos títulos públicos fecharam mistas na tarde desta terça-feira (16). Nos prefixados, o movimento era de queda nas taxas de até 11 pontos-base. Já nos papéis de inflação, as taxas avançavam até 6 pontos-base. Apenas o título de curto prazo tinha queda nas taxas.
Segundo Luciano Costa, sócio e economista-chefe da Monte Bravo Investimentos, o mercado apresentou forte volatilidade acompanhando o cenário externo e a alta das Treasuries, títulos do Tesouro americano, que apresentavam alta em todos os vencimentos, principalmente em títulos com prazos acima de dois anos.
O câmbio que oscilou durante o dia também contribuiu, na visão dele. O dólar comercial fechou cotado a R$ 5,1394.
Costa destaca que as atenções do mercado estão na ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que será apresentada amanhã (17), juntamente com os números do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro. “O mercado está atento ao tamanho do ciclo de aperto monetário e a expectativa é que a ata possa trazer mais informação”, diz.
Agentes financeiros recalibram ainda as expectativas de inflação no Brasil, após novo corte nos preços da gasolina anunciado na véspera (15). Segundo cálculos da equipe de research da XP, a redução de quase 5% no preço do combustível deve impactar negativamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto e setembro em 0,16 ponto percentual.
Dentro do Tesouro Direto, os prefixados apresentavam queda nas taxas. A maior baixa era do título de médio prazo.
O Tesouro Prefixado 2029 oferecia às 15h23 um retorno anual de 11,72%, inferior aos 11,83% registrados na segunda-feira (15).
Já o Tesouro Prefixado 2025 e o Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais, apresentavam uma rentabilidade anual de 11,74% e 11,89%, respectivamente, abaixo dos 11,76% e 11,99% vistos na sessão anterior.
Nos títulos atrelados à inflação, as taxas subiam entre 2 e 6 pontos-base. O maior ganho real registrado era de 5,83%.
Apenas o Tesouro IPCA+ 2026 apresentava queda nas taxas. O título oferecia um ganho real de 5,51%, inferior aos 5,54% da véspera.
Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta terça-feira (16):
Taxa média de CDB cai a 100% do CDI após Copom
Parte das dúvidas do mercado em torno da continuação do ciclo de ajustes da Selic foi sanada após a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central – que elevou a Selic para 13,75% ao ano – e dos dados melhores de inflação oficial.
Na leitura de boa parcela dos analistas, o documento reforçou a ideia de que a alta deve ser a última ao mencionar as projeções de inflação para o início de 2024 e os efeitos defasados da política monetária, que devem ficar mais intensos na segunda metade do ano.
Diante de um cenário de manutenção da Selic e de provável início de corte de juros no segundo semestre de 2023, o retorno médio oferecido por Certificados de Depósito Bancário (CDBs) recuou – na maior parte dos prazos – entre os dias 1 e 12 de agosto na comparação com a quinzena anterior.
Os dados fazem parte de levantamento feito pela Quantum Finance, empresa de soluções para o mercado financeiro, a pedido do InfoMoney.
Segundo o estudo, na última quinzena, a taxa média oferecida por CDBs atrelados ao CDI com prazo de seis meses era de 100,08% do CDI, abaixo dos 101,17% do CDI vistos 15 dias antes. Os percentuais não levam em conta o desconto de Imposto de Renda (IR).
Da mesma forma, o retorno máximo entregue por um papel com vencimento em seis meses chegou a 104% do CDI entre os dias 1 e 12 de agosto, contra 106% do CDI na quinzena anterior. Recuo também nos maiores juros oferecidos por CDBs com prazo de 12 meses, que passaram de 110% do CDI para 108% do CDI nos últimos 15 dias.
Saiba mais:
Dólar
A exemplo de ontem, a moeda norte-americana encerrou o dia com valorização de 0,96% diante da divisa brasileira. O movimento acompanha a valorização do dólar diante da cesta de pares mais fortes no exterior. Além disso, os dados macroeconômicos recentes ainda apontam para uma desaceleração da atividade global e uma recessão, e a dúvida é quando isso irá se confirmar.
- Venda = R$ 5,140
- Compra = R$ 5,140
- Mínima = R$ 5,112
- Máxima = R$ 5,155
Eleições e auxílio taxista
Na cena política, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderava a disputa pelo Palácio do Planalto um dia antes do início do período oficial de campanhas e a menos de dois meses da corrida às urnas. É o que mostra pesquisa realizada pelo Ipec, divulgada na noite desta segunda.
Segundo o levantamento, realizado entre os dias 12 e 14 de agosto, o petista tem 44% das intenções de voto em cenário estimulado de primeiro turno. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, aparece com 32%.
A Justiça Eleitoral recebeu pelo menos 28 mil registros de candidaturas às eleições de outubro. O prazo para o recebimento de registros terminou às 19h de ontem. Os números ainda não estão consolidados e podem sofrer nova atualização.
Com o fim do prazo, foram recebidos 12 registros de candidaturas à Presidência; vice-presidente (12); governador (223); vice-governador (223); senador (231); 1º Suplente de senador (232); 2º suplente de senador (233); Deputado Federal (10.258); Deputado Estadual (16.161) e Deputado Distrital (591).
Destaque também para a informação de que cerca de 245 mil taxistas recebem hoje (16) as duas primeiras parcelas do Auxílio Taxista, benefício emergencial para compensar o aumento dos combustíveis neste ano. Como cada parcela equivale a R$ 1 mil, cada motorista receberá R$ 2 mil neste mês.
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