Tesouro Direto: taxas dos títulos voltam a subir após dois dias de recuo; prefixados pagam até 12,43%


Agentes financeiros monitoram com atenção a divulgação de mais dados de inflação na cena local, com os números do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que foram apresentados nesta segunda-feira (30).

Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o índice avançou 0,52% em maio, o que representa uma desaceleração em relação aos 1,41% do mês anterior. O resultado ficou em linha com a mediana do Projeções Broadcast e mostrou certo alívio dos preços no atacado neste mês.

O mercado também está atrás de mais pistas sobre a possibilidade de o Banco Central encerrar o ciclo de alta da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em junho. Por isso, vai acompanhar de perto live promovida pela gestora Kinea da qual Bruno Serra, diretor de política monetária do BC, participa hoje às 12h.

Em dia de menor liquidez global devido ao feriado nos Estados Unidos, o destaque está nos anúncios feitos no fim de semana de que a China vai relaxar as restrições adotadas em cidades como Pequim e Xangai. As medidas buscavam frear a transmissão da Covid-19 no País.

O petróleo também está no foco dos investidores nesta semana, com a reunião dos líderes da União Europeia para discutir o embargo ao petróleo da Rússia e a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

No Tesouro Direto, os retornos oferecidos pelos títulos públicos avançam na manhã desta segunda-feira (30), após dois dias de queda.

Na primeira atualização do dia, o maior juro entre os prefixados era entregue pelo papel com vencimento em 2033, de 12,43% ao ano. O percentual está acima dos 12,39% vistos na sexta-feira (27).

Da mesma forma, o Tesouro IPCA+2055 oferecia o maior juro entre os papéis atrelados à inflação. Às 9h20, o retorno real oferecido por esse título era de 5,79% ao ano, frente aos 5,76% registrados na sessão anterior.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na manhã desta segunda-feira (30): 

Fonte: Tesouro Direto

Relaxamento na China e BCE

Na cena externa, as ações japonesas lideraram os ganhos entre os principais mercados da região, com o Nikkei 225 subindo 2,19%, para 27.369,43.

O sentimento dos investidores regionais é impulsionado pelo relaxamento dos controles da Covid-19 em Pequim e Xangai. As medidas foram anunciadas no fim de semana.

O otimismo ocorre também após o anúncio de novas medidas de suporte econômico na China, incluindo retomada do trabalho presencial em todos os setores, esforços para estabilizar a cadeia de suprimentos e postergação de pagamento de impostos.

Atenção ainda para a fala de Philip Lane, economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), que antecipou que a entidade deve subir os juros em 25 pontos-base nas reuniões de política monetária de julho e setembro, em entrevista ao jornal espanhol Cinco Días.

De acordo com ele, dado o nível elevado de incerteza, é importante definir as expectativas corretas. Com os planos atuais do BCE, os juros na zona do euro sairão de território negativo até o fim do terceiro trimestre, afirmou.

IGP-M

Em dia de agenda esvaziada, o destaque está na apresentação dos números do IGP-M. Segundo a FGV, a inflação acumulada em 12 meses desacelerou de 14,66% para 10,72%, também em linha com a estimativa do Projeções Broadcast. No ano de 2022, o indicador acumula alta de 7,54%.

André Braz, coordenador dos índices de preços, destacou que o recuo está ligado à queda no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) e do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). As duas contrações, diz Braz, são reflexo da desaceleração dos combustíveis.

O coordenador da FGV afirma que, no caso do índice ao produtor, o diesel subiu 3,29% em abril, ante 14,70% em abril. Já no IPC, o pesquisador destaca que a gasolina avançou 1,01% em maio, abaixo dos 5,86% vistos em abril.

ICMS e bloqueio no Orçamento

Na tentativa de barrar o projeto PLP 18/22, que estabelece um teto de 17% para as alíquotas de ICMS sobre itens como gasolina, diesel e energia elétrica, os secretários estaduais de Fazenda marcaram uma reunião para esta segunda-feira com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado.

A medida é vista com preocupação por alguns ex-ministros da Fazenda, como Henrique Meireles. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, o também ex-presidente do Banco Central disse que tais iniciativas podem trazer problemas financeiros para Estados e municípios, que teriam de recorrer à União em uma situação de crise.

Meirelles acredita que o combate à inflação deveria ser feito, na verdade, com uma política fiscal responsável, respeitando a regra do teto de gastos. Para ele, isso traria confiança para economia e poderia levar a uma desvalorização do dólar e ao recuo das expectativas de inflação.

Também na cena política, o bloqueio no Orçamento deve ficar próximo de R$ 14 bilhões para incluir a previsão de reajuste linear de 5% para todo o funcionalismo, segundo a Reuters.

O detalhamento sobre quais programas e ministérios que vão ser mais atingidos ainda não foi fechado, e deve ser divulgado até segunda-feira, 30, mas a reportagem apurou que Educação, Saúde e Ciência e Tecnologia devem ser os mais afetados.

O bloqueio é necessário para o governo cumprir o teto de gastos, a regra que atrela o crescimento das despesas à inflação.


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