Tesouro Direto: taxas dos prefixados fecham semana abaixo de 13% ao ano


As taxas dos títulos públicos fecharam a semana em queda. Nos prefixados, as taxas recuaram até 19 pontos-base, já nos papéis atrelados à inflação a queda foi de até 15 pontos-base. Algumas taxas permaneceram estáveis.

Lucas Visconti, operador de renda fixa da RB Investimentos, explica que a semana foi positiva em relação a devolução dos prêmios de risco, principalmente na parte longa da curva de juros. “As Treasuries aproveitaram nesta sexta-feira (29), o sentimento de um Federal Reserve menos agressivo e também cederam, o que trouxe impacto para os juros locais”, afirma.

Declarações dadas por Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), nesta semana foram vistas com tom mais dovish (menos inclinado ao aperto monetário).  A possibilidade de uma recessão técnica nos Estados Unidos, também contribuiu com a queda nas taxas.

Nesta sexta-feira (29), a sessão foi marcada por certa volatilidade, após dados de inflação da economia americana que vieram acima das expectativas.

núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou 0,6% em julho na comparação mensal e 4,8% na base anual. Os dados ficaram acima do esperado pelo mercado e ajudaram a deixar o cenário mais ambíguo para o Fed. Cresceram também os temores de que o País possa enfrentar uma estagflação –  quando uma nação passa por uma queda da atividade econômica, juntamente com a forte disparada dos preços.

No cenário local, Visconti explica que o mercado tirou um pouco de pressão sobre o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), diminuindo as apostas para uma Selic terminal de 14,25%. “O mercado já contrata uma alta de 0,50 ponto percentual na próxima quarta-feira (3) e tem a expectativa de mais um aumento de 0,25 ponto percentual”, destaca.

No radar do mercado e que deve mexer com a curva de juros na próxima semana, Visconti cita dados de inflação, como IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal), IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor-Fipe) e o payroll (relatório de emprego dos Estados Unidos). “A expectativa é que ocorra uma desaceleração para 250 mil vagas de emprego”, aponta.

Segundo Visconti, o Relatório Focus, divulgado na segunda-feira (1), também deve trazer detalhes sobre um aumento no PIB (Produto Interno Bruto) de 2022, em linha com algumas revisões feitas por agentes de mercado nesta semana.

Dentro do Tesouro Direto, todos os títulos prefixados entregam retornos abaixo de 13% ao ano.

O Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais, oferecia na última atualização do dia um retorno anual de 12,99%, inferior aos 13,18% vistos na sessão anterior.

Já o Tesouro Prefixado 2025 e o Tesouro Prefixado 2029 apresentavam uma rentabilidade anual de 12,76% e 12,89%, respectivamente, abaixo dos 12,91% e 13,05% registrados na quinta-feira (28).

Nos títulos atrelados à inflação, o maior ganho real era de 6,24%.  As taxas apresentavam queda de entre 5 e 15 pontos-base, enquanto algumas operavam com estabilidade.

O Tesouro IPCA+ 2026 voltou a oferecer ganhos reais abaixo de 6%. A rentabilidade real do título fechou a semana em 5,93%.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta sexta-feira (29): 

Fonte: Tesouro Direto

Eleições à vista? CDBs a 230% do CDI podem ser estratégicos

Volatilidade virou palavra-chave nos relatórios que se espalham pelos edifícios no entorno da Faria Lima. Com o aumento das incertezas dentro e fora do Brasil, parte dos gestores pisou o pé no freio, aumentou a posição em caixa e preferiu ser mais cauteloso.

Para os investidores pessoa física, a recomendação não é muito diferente. Especialistas ouvidos pelo InfoMoney afirmam que o momento exige cautela, o que não significa “deixar dinheiro parado”.

Alocações em títulos privados, como Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs), com taxas atrativas e vencimentos em até três meses podem ser bons trunfos para quem deseja aguardar o resultado das eleições para entrar com mais força na bolsa ou realizar mudanças mais significativas na carteira.

“Estamos falando de um período de guerra e inflação mais alta. Temos ainda uma eleição aqui no País”, diz. “Os partidos começaram agora a falar sobre formação de alianças e as chapas estão indefinidas. Há muita incerteza até definirmos o futuro presidente”, observa Letícia Camargo, planejadora financeira CFP.

A estratégia, porém, é aconselhada para investidores que estão com dinheiro novo e que não necessitam de liquidez no curto prazo, ou seja, que já possuem uma reserva de emergência, pondera a alocadora. “Não faz sentido resgatar um dinheiro que a pessoa tem em outros investimentos para colocar num pós-fixado com vencimento curto”, defende.

Para quem cumpre esses pré-requisitos, a sugestão da planejadora é optar por ativos pós-fixados atrelados ao CDI (taxa de referência da renda fixa) que acompanham a elevação da Selic, com destaque para algumas opções oferecidas para clientes novos e que pagam até 230% do CDI, ou por ativos isentos, com taxas atrativas.

Saiba mais em:

Eleições à vista? CDBs a 230% do CDI, além de LCAs de 3 meses podem ser trunfos para alocação tática, dizem especialistas

Summers critica Powell

Ex-secretário do Tesouro americano, Lawrence Summers. disse hoje que o presidente do Fed, Jerome Powell, fez falas “analiticamente indefensáveis” durante a coletiva de imprensa na última quarta-feira (27) após decisão monetária. A crítica foi feita em entrevista à Bloomberg TV.

Na ocasião, Powell afirmou acreditar que o Fed alcançou a taxa neutra de juros, na faixa entre 2,25% e 2,5%, destaca Summers. “É elementar que o nível de taxa neutra depende da taxa de inflação”, notou Summers, que destacou o salto anual de 9,1% na leitura mais recente do índice de preços ao consumidor, em junho.

“Não há nenhuma maneira concebível de que uma taxa de 2,5% em uma economia com esse nível de inflação seja quase neutra. E se você pensa que é neutra, você está interpretando mal a postura da política de maneira fundamental”, avaliou. (Estadão Conteúdo)

PIB na zona do euro

Agentes financeiros ficaram atentos a dados da zona do euro. A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da região atingiu a máxima histórica de 8,9% em julho, superando o recorde anterior de 8,6% em junho.

Os dados são preliminares e foram apresentados nesta sexta-feira pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. O resultado deste mês superou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam estabilidade da taxa em 8,6%.

Apenas os custos de energia deram um salto anual de 39,7% em julho, impulsionados pelo conflito russo-ucraniano, após subirem 42% em junho.

A Eurostat também apresentou hoje os dados preliminares do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, que cresceu 0,7% no segundo trimestre na comparação com o primeiro.

O resultado veio bem acima da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de apenas 0,1%.

Na comparação anual, o PIB da zona do euro cresceu 4% entre abril e junho, também superando o consenso do mercado (+3,4%). Os dados são referentes à primeira estimativa da Eurostat.

Pnad

Na cena econômica local, a taxa de desemprego no Brasil caiu para 9,3% no segundo trimestre, o menor patamar para o período desde 2015 (quando estava em 8,4%). Os dados foram apresentados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

O resultado é melhor do que o esperado pelo mercado. O consenso Refinitiv projetava uma taxa de desocupação de 9,4%.

O número de desempregados recuou 15,6% no trimestre, para 10,1 milhões de pessoas. Isso representa 1,9 milhão de pessoas a menos procurando por trabalho no país, o que fez a taxa de desemprego cair 1,8 ponto percentual na comparação com o primeiro trimestre.

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Petrobras (PETR4) distribui dividendos recordes: vale a pena comprar para participar da bolada?

Crédito a caminhoneiros e taxistas e dividendos Petrobras

Na cena política, o governo federal editou ontem (28) a Medida Provisória 1.131 para abrir crédito extraordinário de R$ 10,901 bilhões que irá viabilizar o pagamento do auxílio aos transportadores autônomos de cargas e o pagamento do auxílio aos motoristas de táxi. Além disso, a medida destina recursos para a concessão de auxílio financeiro para Estados e o Distrito Federal que outorgarem créditos tributários do ICMS aos produtores ou distribuidores de etanol hidratado.

O auxílio a ser pago aos motoristas de táxi e transportadores autônomos está previsto na PEC dos Benefícios, convertida em emenda constitucional em meados de julho.

Destaque também para a informação de que o governo já acumula R$ 70,4 bilhões em receitas com dividendos, sendo que o valor pode superar R$ 100 bilhões neste ano, segundo cálculos feitos pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Parte do montante é fruto do lucro anunciado na véspera pela Petrobras, no valor de R$ 54,3 bilhões. Por ser acionista majoritária da companhia, a União espera receber R$ 25,2 bilhões, segundo estimativas do Tesouro Nacional.

De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, no ano, a arrecadação com dividendos pode superar R$ 100 bilhões e garantir com segurança a virada das contas do governo de déficit para superávit ao final do ano. Essa é a expectativa da equipe econômica. Paulo Guedes, ministro da Economia, conta com essas receitas para entregar o ano com saldo positivo nas contas públicas. A última vez que isso ocorreu foi em 2013.


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