Tesouro Direto: retornos de prefixados chega a 11,79% em dia de payroll e de olho no fiscal


As taxas dos títulos públicos operam mistas na tarde desta sexta-feira (7). Nos prefixados, as taxas permanecem estáveis, enquanto nos papéis de inflação as taxas avançam até 5 pontos-base.

Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, explica que houve uma retirada dos prêmios de risco na curva de juros após o 1º turno das eleições. “O diagnóstico do mercado é que o perfil conservador do Congresso reduz a possibilidade de uma agenda intervencionista na economia”, afirma.

Segundo a economista, este é o cenário atual nas taxas, contudo não necessariamente reflete uma tendência para as próximas semanas. “O mercado deve ficar sensível às sinalizações que Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva (Lula) devem fazer sobre a economia brasileira”, destaca.  Camila cita que Lula não pretende antecipar nomes de ministros em um eventual governo antes do fim do segundo turno.

No foco local também está nova pesquisa eleitoral da Genial/Quaest, que mostrou o ex-presidente Lula (PT) na liderança da disputa pelo Palácio do Planalto com 48% das intenções de voto totais, contra 41% do presidente Bolsonaro (PL).

A economista-chefe da Veedha Investimentos cita também o cenário internacional, com a divulgação dos dados do  relatório de emprego (payroll) nos Estados Unidos.

O documento é um dos principais indicadores utilizados pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) para basear suas decisões de política monetária.

Segundo o Departamento do Trabalho americano, os Estados Unidos criaram 263 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola em setembro, valor acima do esperado. Na avaliação de alguns analistas, os números de hoje mostraram que o mercado de trabalho continua aquecido, o que tende a reforçar um ajuste mais duro por parte do Fed para “estancar” a escalada de preços.

No radar do mercado e que deve impactar a curva de juros na próxima semana, Camila Abdelmalack destaca o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos de setembro, que deve ser divulgado na quinta-feira (13). “Se o dado não apresentar desaceleração pode estressar a curva de juros lá fora e refletir nas taxas brasileiras”, aponta.

Já no cenário local, destaque para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro que será publicado na terça-feira (11). A expectativa do mercado é de deflação.

Dentro do Tesouro Direto, os prefixados ofereciam às 15h23 uma rentabilidade anual de até 11,79%. Todas as taxas permaneciam estáveis.

Nos títulos atrelados à inflação, as taxas subiam entre 2 e 5 pontos-base. O maior ganho real registrado nesta sessão era de 5,72%, do Tesouro IPCA+ 2055.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta sexta-feira (7): 

Fonte: Tesouro Direto

Payroll

O foco da cena externa nesta sexta-feira está nos Estados Unidos, com a divulgação do payroll. Segundo o Departamento do Trabalho, a taxa de desemprego no país caiu para 3,5% e os EUA abriram 263 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola em setembro.

O resultado veio acima da expectativa do mercado (que previa 250 mil vagas), mas a projeção era de que a taxa de desemprego permaneceria em 3,7%, segundo o consenso Refinitiv.

Em setembro, o salário médio por hora de todos os funcionários fora do setor agrícola aumentou em 10 centavos, ou 0,3%, para US$ 32,46. Nos últimos 12 meses, os ganhos médios por hora aumentaram 5%.

Vendas no varejo

No noticiário doméstico, o destaque está no volume de vendas do comércio varejista no Brasil, que recuou 0,1% em agosto na comparação com julho, apresentando o quarto mês consecutivo de taxa negativa.

No acumulado de 2022, o varejo registra alta de 0,5%. Já nos últimos 12 meses, o setor acumula queda de -1,4%%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira (7) pelo IBGE. Na comparação com agosto de 2021, o registro é de alta de 1,6%.

O resultado foi um pouco melhor que o esperado, uma vez que o mercado projetava queda de 0,2% na base mensal. Para o resultado anual, a previsão era de e estabilidade (0,0%), segundo o consenso Refinitiv.

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas em julho caiu 0,6% ante julho e 0,7% contra agosto de 2021.

Cinco das oito atividades pesquisadas pelo IBGE em agosto fecharam o mês no campo positivo: Tecidos, vestuário e calçados (13,0%), Combustíveis e lubrificantes (3,6%), Livros, jornais, revistas e papelaria (2,1%), Móveis e eletrodomésticos (1,0%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%).

Pautas econômicas

No noticiário político, o mercado financeiro começa a ver com preocupação a articulação de Damares Alves (Republicanos) para assumir a presidência do Senado, conforme mostra reportagem de O Globo. Damares tem a agenda de costumes como a sua principal bandeira política, e não as reformas econômicas. À frente da Casa, teria força para ditar a pauta e inverter a prioridade das votações.

O receio, na verdade, é mais amplo. Segundo o executivo de um grande banco internacional com atuação no Brasil, os investidores estão se dando conta de que a eleição de um Congresso conservador não significa um impulso para o liberalismo econômico, segundo o jornal.

Sob pressão para sinalizar com clareza suas propostas para as contas públicas, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda está dividida em relação ao caminho da política fiscal a ser adotado num eventual novo governo, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.

O ponto central das divergências é sobre a necessidade, ou não, de se adotar uma regra de controle das despesas para substituir o atual teto de gastos – que Lula já antecipou que será revogado se ele vencer a eleição.

De um lado, a “turma da política” defende a revogação do teto com a permanência da regra de meta de resultados primários (receitas menos despesas, sem considerar os gastos com juros da dívida pública). De outro, uma ala de economistas – entre eles, integrantes da Fundação Perseu Abramo, braço do pensamento econômico do PT – defende a necessidade de um modelo de controle de gastos que permita, ao mesmo tempo, investimentos em projetos prioritários, com efeito “multiplicador” para acelerar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o jornal.


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