Tesouro Direto: juros de títulos prefixados seguem alta nas Treasuries americanas e alcançam até 12,10%


A sessão desta quinta-feira (15) é marcada pela apresentação do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, que demonstrou avanço de 1,17% da economia em julho na comparação mensal, bem acima do esperado pelo mercado.

Para Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, o resultado é reflexo da melhora nas condições de demanda e reabertura da economia, com recuperação do mercado de trabalho e benefícios fiscais.

O movimento de alta deve seguir por mais alguns meses, porém pode arrefecer no fim do ano, devido ao juro elevado, inflação disseminada e esgotamento dos benefícios de reabertura econômica, afirma Sung.

Destaque também para a informação de que Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) anunciou a manutenção da taxa de um ano para sua linha de crédito de médio prazo em 2,75%, com injeção de 400 bilhões de yuans.

O dia também é de novos dados vindos dos Estados Unidos, que mostraram que os pedidos de seguro-desemprego vieram abaixo do esperado, enquanto o varejo veio acima das expectativas.

Mais uma vez, os rendimentos oferecidos pelos títulos americanos (Treasuries) avançavam na maior parte dos prazos, por volta das 10h20 (horário de Brasília).

No Tesouro Direto, o mercado de títulos públicos opera com alta nas taxas nesta manhã. Destaque para os papéis prefixados, em que o juro máximo oferecido chegava a 12,10% ao ano na primeira atualização do dia.

Tal retorno era oferecido pelo Tesouro Prefixado 2033 e era maior do que os 12,04% ao ano vistos na véspera (14).

Alta também nos retornos reais entregues por títulos atrelados à inflação. A maior remuneração real era oferecida pelo Tesouro IPCA+2055, no valor de 5,96% ao ano, acima dos 5,90% ao ano registrados um dia antes.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta quinta-feira (15): 

Fonte: Tesouro Direto

Estados Unidos e commodities

Na cena externa, investidores monitoram novos indicadores de atividade nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Comércio, as vendas no varejo no País subiram 0,3% em agosto ante julho, a US$ 683,3 bilhões, conforme apontaram dados com ajustes sazonais divulgados nesta quinta-feira.

O resultado superou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam estabilidade no período.

Excluindo-se automóveis, porém, as vendas no setor varejista americano tiveram queda de 0,3% no confronto mensal de agosto. Neste caso, a projeção era de alta de 0,1%.

Já os dados de julho ante junho foram revisados para baixo. No caso das vendas totais, a estabilidade original foi revisada para queda de 0,4%. Em relação ao resultado sem automóveis, o avanço inicial de 0,4% passou para estabilidade.

Atenção também para os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, que tiveram queda de 5 mil na semana encerrada em 10 de setembro, a 213 mil, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quinta-feira pelo Departamento do Trabalho norte-americano.

O resultado veio abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam 225 mil solicitações.

O total de pedidos da semana anterior foi revisado para baixo, de 222 mil para 218 mil.

Já o número de pedidos continuados registrou aumento de 2 mil na semana encerrada em 3 de setembro, a 1,403 milhão.

O dia também é marcado pelo recuo nos preços de algumas commodities, como o petróleo. Por volta das 10h30 (horário de Brasília), o Brent recuava 2,04%, aos US$ 92,18, enquanto o WTI caía 1,96% aos US$ 86,76.

IBC-Br e revisão do PIB

Na cena doméstica, o avanço de 1,17% registrado no IBC-Br veio bem acima do esperado pelo mercado (que projetava uma alta de 0,30%, segundo o consenso Refinitiv) e representa o segundo mês seguido de crescimento. Em junho, o indicador teve alta de 0,69%, na comparação mensal.

Nos últimos 12 meses, a variação ficou em 2,09%. Já em relação a julho de 2021, o índice teve crescimento de 3,87%.

Também na cena econômica, o Ministério da Economia revisou para cima o crescimento do PIB 2022, para 2,7%, superando a projeção anterior de 2,0%.

Esse é o segundo aumento consecutivo, explicado pelo resultado acima do projetado para a atividade do segundo trimestre e indicadores positivos que começaram a ser divulgados para o segundo semestre deste ano.

Em relação à inflação ao consumidor amplo (IPCA), a variação para este ano foi reduzida de 7,2% para 6,3%, informou a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério. Para 2023, a projeção se manteve em 4,50%.

A partir de 2024, espera-se convergência do IPCA para a meta de 3,00%. Em relação à inflação ao consumidor (INPC), a projeção para 2022 caiu de 7,40% para 6,54%

Lula e devolução à União

Já na cena política, a entrega pelos presidenciáveis da prestação de contas parcial da campanha, até terça-feira (13), mostrou que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera o ranking dos gastos declarados, com informe de despesas eleitorais de R$ 52 milhões até o momento.

Com histórico de omissões de gastos eleitorais na campanha de 2018, Jair Bolsonaro (PL) informou à Justiça Eleitoral ter usado em sua campanha até agora menos da metade que seu principal rival, R$ 21 milhões.

Destaque também para a informação que o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou ao Ministério da Economia que encaminhe, em até 30 dias após notificação, os cronogramas de devolução à União dos valores aportados nos bancos públicos por meio da emissão direta de títulos da dívida pública federal.

A decisão da Corte foi tomada após um recurso da equipe econômica contra decisão que alterou as devoluções em curso pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O BNDES alegava que o pagamento dos recursos prejudicaria o banco e propôs um segundo cronograma com devolução dos valores até 2040. O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem cobrado publicamente a devolução de R$ 90 bilhões ainda em 2022. Segundo ele, esses recursos serão usados para reduzir a dívida pública.


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