Tesouro Direto: juros de prefixados operam estáveis até 12,21% ao ano, em compasso de espera por discurso de Powell


O grande destaque da sessão desta sexta-feira (26) está na fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), durante o simpósio de Jackson Hole, às 11h (horário de Brasília). O evento teve início na véspera (25) com autoridades monetárias de todo o mundo.

A fala de Powell é extremamente aguardada por agentes financeiros, após declarações desencontradas de dirigentes nas últimas semanas, que provocaram volatilidade nos mercados. Na véspera, James Bullard, presidente do Fed de St. Louis, pressionou por uma postura mais dura ao dizer que a autoridade monetária precisa agir “logo e de modo agressivo” para conter “relativamente logo” a pior inflação em 40 anos.

Leia mais:
Fed, Jackson Hole, leilões do Tesouro Nacional: o que mexe com os juros agora e como isso afeta a renda fixa?

No início da manhã, 56,5% dos agentes financeiros acreditavam que o Fed deveria elevar o juro americano em 0,75 ponto percentual – para a faixa entre 3,00 e 3,25% – em setembro, enquanto as demais apostas (43,5%) apontavam para uma alta de 0,50 ponto. A diferença recuou em relação à véspera (25), quando a probabilidade de uma subida mais dura era esperada por 64% dos analistas de mercado, segundo o CME Group.

Antes do discurso de Powell, investidores repercutem a divulgação do índice de preços ao consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), que trouxe dados de núcleo (que exclui preços de alimentos e energia, que são mais voláteis) abaixo do esperado pelo mercado.

Na cena local, o mercado repercute a entrevista dada ontem pelo candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta sexta-feira, é a vez da candidata Simone Tebet (MDB).

Destaque também para a participação de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, em eventos nesta sexta-feira (26).

No Tesouro Direto, os juros oferecidos pelos títulos públicos operam de forma mista, nesta manhã: papéis prefixados apresentam estabilidade nas taxas, em sua maioria, enquanto títulos atrelados à inflação registram queda nas remunerações reais.

O maior juro oferecido pelos prefixados era entregue pelo papel com vencimento em 2033, no valor de 12,21% ao ano, em linha com os 12,22% ao ano registrados na véspera (25), na primeira atualização da manhã.

No mesmo horário, o maior recuo entre papéis atrelados à inflação ocorria com o Tesouro IPCA+2026, que via o juro real cair de 5,68% ao ano para 5,63% ao ano.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta sexta-feira (26): 

Fonte: Tesouro Direto

PCE, commodities e Reino Unido

O mercado externo acompanha com atenção a divulgação do PCE, dos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Comércio americano, o núcleo do PCE subiu 0,1% em julho, na comparação mensal, e 4,6%, na anual.

Com o resultado, o indicador desacelerou na comparação com junho (quando subiu 0,6% na base mensal e 4,8% na anual) e ficou abaixo da expectativa do mercado (que projetava uma alta mensal de 0,3% e anual de 4,7%, segundo a Refinitiv).

O núcleo do PCE exclui os preços de alimentos e energia, que são mais voláteis. Considerando esses preços, a inflação de consumo americana (medida pelo PCE) foi de -0,1% na base mensal e de 6,3% na anual. Ou seja: houve deflação nos preços.

Atenção também para os contratos futuros de petróleo, que eram negociados em leve alta, por volta das 9h30 (horário de Brasília). Nesse horário, o Brent subia 0,94%, aos US$ 100,27, enquanto o WTI avançava 0,75%, aos US$ 93,21.

Investidores também monitoram a informação de que o teto da tarifa de energia nas residências do Reino Unido subirá 80%, a partir de outubro, segundo a agência reguladora Ofgem.

Com isso, o valor passará dos atuais 1.971 libras (US$ 2.325), que são pagos por ano por uma residência média, para 3.549 libras (US$ 4.180 dólares). A elevação está ligada à disparada dos preços de gás natural no mundo e deve ter forte impacto sobre a inflação do Reino Unido.

Em julho, por exemplo, o índice preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 10,1%, na comparação anual, a mais elevada taxa em 40 anos para o Reino Unido, segundo o Escritório Nacional de Estatística (ONS).

Lula e propaganda eleitoral

Na cena política, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu, ontem (25), a existência de casos de corrupção durante seu governo (2003-2010), mas voltou a fazer críticas aos trabalhos da Operação Lava Jato na investigação de crimes cometidos no âmbito da Petrobras.

“Você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram”, afirmou. O petista foi o terceiro candidato ao Palácio do Planalto a ser sabatinado pelo Jornal Nacional, da TV Globo.

Perguntado sobre o que vai fazer a respeito do quadro fiscal, se eleito, Lula desviou de uma resposta objetiva para relembrar como estava a economia do país em 2003, quando ele assumiu em seu primeiro mandato. O candidato citou os empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e disse que o “Brasil estava quebrado”.

“Quando eu tomei posse em 2003, o Brasil tinha 10,5% de inflação. O Brasil tinha 12% de desemprego. O Brasil devia US$ 30 bilhões ao FMI. Nós tínhamos uma dívida pública de 60,4% [do Produto Interno Bruto]. O que nós fizemos? Primeiro, nós reduzimos a inflação para dentro da meta, que era de 4,5%, mais dois, menos dois [margem de dois pontos percentuais] durante todo o meu período de governo”, disse.

Atenção também para o início, a partir de hoje, da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão aberta. Candidatos aos cargos de presidente da República, governador, senador, deputado federal, deputado estadual e deputado distrital poderão apresentar suas propostas aos eleitores.


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