Quando a Selic vai cair? Para 7 em cada 10 gestores, cortes começam no 2º tri de 2023, indica levantamento


No primeiro dos dois dias de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, a expectativa majoritária de agentes financeiros é de que a autoridade mantenha a Selic em 13,75% ao ano na reunião desta quarta-feira (24). Com isso, o olhar do mercado deve se voltar para os próximos passos. Ou seja, para sinalizações do BC a respeito do corte de juros, que deve ser iniciado no ano que vem.

Em pesquisa feita pela XP, 71% dos gestores consultados acreditam que o primeiro corte deve ocorrer no segundo trimestre de 2023, enquanto 29% dos gestores acreditam que o ciclo de cortes deve iniciar apenas no terceiro trimestre do ano que vem.

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A XP também questionou qual deve ser o percentual de Selic encontrado no fim do ciclo de cortes. Para a maior parte dos gestores (57%), a taxa básica de juros deve encerrar os cortes abaixo de 10% ao ano. Por outro lado, 43% das casas defenderam que ela deve ficar entre 10% e 11% ao ano, portanto, acima dos dois dígitos ao fim do ciclo de quedas.

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Os dados foram obtidos a partir de perguntas enviadas a 18 casas renomadas, como a ARX Investimentos, Legacy Capital, Kapitalo Investimentos e Kinea Investimentos, para citar alguns exemplos. As entrevistas foram feitas nos dez primeiros dias deste mês e envolvem as posições de fundos de renda fixa, ações e multimercados no terceiro trimestre deste ano.

Ainda que estejam mais alinhados sobre o fim do ciclo de alta da Selic, as exposições a juros no País das carteiras de fundos multimercados evidenciam uma divisão entre os gestores: 50% destacaram que estão com posições que se beneficiam da queda dos juros brasileiros (aplicados), enquanto a outra metade preferiu não adotar uma posição direcional em juros no Brasil.

Para os gestores de multimercados, o maior risco do Brasil hoje está na política fiscal. Na avaliação de alguns agentes de mercado, há certa dúvida sobre a possibilidade de adoção de mais medidas de cunho populista por parte do candidato que lidera as pesquisas para a Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Já com relação ao cenário internacional, a grande preocupação está no aperto monetário dos Estados Unidos (50%), seguido por riscos geopolíticos (33%) e preocupações com a inflação alta de forma mais persistente (17%).

Nesse sentido, 66% dos gestores de multimercados ouvidos pela pesquisa disseram estar com posições que se beneficiam da alta dos juros (tomados), com destaque para os Estados Unidos.

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Em contrapartida, 17% das casas não estavam com posições ativas em juros globais e os 17% restantes destacaram que detinham posições aplicadas em juros internacionais.

Bolsa global e local

O temor dos gestores com o aperto monetário em países desenvolvidos não é à toa. Surpresas inflacionárias nos Estados Unidos e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, banco central americano), por exemplo, têm empurrado para cima as projeções para a taxa terminal de juros no País neste ano.

Segundo os contratos dos Fed Funds na tarde desta segunda-feira (24), mais da metade dos agentes financeiros acreditavam que a maior probabilidade implícita era de que a taxa nos Estados Unidos terminasse este ano entre 4,50% e 4,75% ao ano.

O aperto monetário mais duro, porém, não está restrito aos Estados Unidos. O Banco Central Europeu (BCE) prepara outra alta de juros na economia nesta semana. A maior parte dos agentes precifica que a autoridade monetária eleve os juros em 0,75 ponto percentual mais uma vez na reunião da quinta-feira (27).

Condições financeiras mais apertadas tendem a penalizar as Bolsas mundo afora. A razão é que taxas de juros mais altas fazem com que a taxa de desconto utilizada para calcular o preço do papel aumente, o que diminui o seu preço. Com isso, 66% dos gestores destacaram que estão com alocações vendidas em ações ou via índices.

Da mesma forma, 17% afirmaram que detém posições vendidas em S&P500, um dos principais índices da Bolsa americana. Já os 17% restantes alegaram que estão com exposição baixas, ou posições compradas em países distintos.

Já sobre o Brasil, mesmo diante da possibilidade de cortes de juros no ano que vem, o que, em tese, poderia beneficiar papéis mais atrelados à economia doméstica, os destaques em termos de setores nas carteiras de fundos multimercados analisadas ficaram para commodities, infraestrutura, energia e serviços financeiros.

Segundo o levantamento feito pela XP, todos os gestores ouvidos informaram que estão com alocações que se beneficiam da alta dos papéis (comprados) na Bolsa brasileira, via exposição direta a ações, ou via índices.

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Commodities

Quando o assunto é commodities, o avanço nos preços de petróleo nos últimos dias, juntamente com notícias de acirramento do conflito entre Rússia e Ucrânia e piora da situação energética na Europa, acabaram fazendo com que 66% dos gestores adotassem posições táticas em algumas commodities.

As preferências ficaram em alocações de curto prazo mais focadas em petróleo, soja e energia. Na pesquisa anterior, realizada em junho, 50% dos gestores estavam com alocações mais pontuais em commodities.


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