Por que o discurso de Lula derrubou os mercados e como operar nesse cenário?


Dólar e juros futuros subiram fortemente nesta quinta-feira (10) e o Ibovespa caiu mais de 3% com o mercado reagindo mal ao discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), falando em expansão de gastos. O movimento de aversão se deveu ao temor do abandono de medidas fiscais em favor de mais gastos em 2023 pelo novo governo.

De acordo com Rogério Freitas, head de gestão da XP Advisory, existia expectativa de “tom mais moderado”, frustrada pela fala de Lula que defende deixar gastos sociais fora do teto de gastos em 2023.

Para o gestor, já era esperado que o orçamento enviado ao Congresso fosse fictício e que a flexibilização do teto ocorresse nos próximos anos.

Contudo, “quando a equipe vem com um discurso despreocupado com o fiscal, alegando que gasto é crescimento, o mercado fica surpreso”. A medida pode prejudicar a trajetória da dívida pública, o que levou a um forte movimento de aversão ao risco no mercado.

Como operar nesse cenário

Considerando as instabilidades fiscais, além de Rogério Freitas, o episódio 171 do podcast Stock Pickers recebeu Rodrigo Sgavioli, head de alocação e fundos do Research da XP, e Felipe Relvas, sócio-fundador da MZR Investimentos, para entender a melhor maneira de se posicionar dentro do atual contexto.

Sgavioli avalia se é melhor estar posicionado em títulos públicos longos ou curtos para se proteger da inflação em um cenário de maior aversão ao risco e expansão fiscal. Em sua análise, levou em consideração a performance dos grupos durante as gestões anteriores dos governos Lula e Dilma.

Em sua leitura, durante os mandatos de Lula que tiveram maior volatilidade, os títulos longos de inflação – NTN-Bs com vencimentos distantes – teve melhor desempenho. Já no governo Dilma, os papéis de prazo menor se destacaram. Para ele, isso significa que normalmente arranjos na questão fiscal tendem a causar impacto na parte mais longa da curva. Portanto, “se a situação permanecer se deteriorando, a casa optará pela B curta [NTN-Bs de curto prazo]”, completa.

Para Felipe Relvas, no médio prazo, o atual governo deve ser pior nas decisões que vai tomar. Por isso, ele também está receoso em alongar os vencimentos. “Não dá coragem de se posicionar muito forte pois a questão fiscal é muito relevante”, afirma. Mas, por outro lado, na visão da casa, o Brasil é um país com bastante prêmio e um nível interessante de juro real.

Durante a entrevista, também foi abordada a possibilidade de o Banco Central voltar a subir a Selic e qual a melhor maneira de agir dentro desse contexto. Para ver a análise completa deste e de outros eventos que afetaram os mercados, assista ao episódio 171 do Stock Pickers no vídeo acima.

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