O que esperar dos juros e da inflação após a Super Quarta?


Muito aguardada nas últimas semanas, finalmente a Super Quarta, data em que coincidem as decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, chegou.

Mais cedo, o Federal Reserve (banco central norte-americano) elevou as taxas de juros em 0,75 ponto porcentual, enquanto é aguardado pelo mercado que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil dê fim ao ciclo de alta dos juros.

Para fazer uma leitura dos desdobramentos em meio ao atual cenário, o Stock Pickers recebeu Beny Parnes, economista da SPX Capital, e Pedro Jobim, da Legacy Capital, no episódio pré-copom.

A expectativa é de que após a reunião, por aqui, a taxa permaneça no mesmo lugar, o que pode implicar em um aumento dos juros reais, uma vez que, se as projeções para inflação estiverem corretas – e ela cair –, o desvio entre os dois indicadores aumenta e, portanto, o juro real se intensifica.

Leia também: Banco Central interrompe ciclo de alta da Selic e mantém taxa em 13,75%

Mas, mesmo assim, para Beny Parnes, economista da SPX Capital, visando os próximos eventos da agenda política e fiscal do Brasil e do mundo, o ideal é a sinalização de manutenção da taxa por parte do Banco Central, sem pressa em reduzi-la.

“É preciso consolidar o front, manter as condições monetárias apertadas para enfrentar as eleições no Brasil e o rumo econômico dos EUA, e depois agir”, disse.

Sobre um possível aumento em 0,25 pontos, Parners disse ser o mesmo que “dar tiros para o alto, quando você já conquistou o território que pretendia”.

Pedro Jobim, da Legacy Capital, acrescentou que boa parte da elevação de juros conduzida foi elevada na parte final, cujos efeitos estão se materializando agora e com a tendência de se intensificarem ao longo do quarto trimestre.

“Isso intensifica a necessidade em o Banco Central sinalizar que a estratégia é manter o juro no atual nível, até que haja sucesso na convergência da inflação e das expectativas em 2023 e 2024.”

Mediocrização dos Bancos Centrais 

Tanto a crise de 2008 quanto a coronavírus, em 2020, chocaram o mundo e obrigaram a adaptações das políticas monetárias e fiscais na tentativa de combater os danos.

Na visão de Beny Parnes, o cenário se complica a partir do momento em se cria a ideia de que Bancos Centrais têm domínio para solucionar tudo.

“O problema da política econômica para mim não é sobre o que se tem que fazer no momento, e sim o que é deixado de fazer depois”, avaliou.

O economista disse acreditar que os Bancos Centrais se mediocrizaram no momento em que se tornaram lenientes em relação a estratégia adotada.

“Os Bancos Centrais foram trazidos para o incêndio, usaram seu instrumento demais e acabaram dormindo no ponto, não sabendo a hora de mudar”, completou.

Bancos Centrais e o cenário de inflação no mundo 

Para uma análise completa sobre as decisões desta Super Quarta e suas implicações no Brasil e no mundo, assista ao episódio especial pré-copom do Stock Pickers no vídeo acima.


Esse post pertence ao site:
www.infomoney.com.br

LINK ORIGINAL DO POST

O que você achou desse post?
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0
+1
0

Deixe um comentário

ACHADINHOS BARATOS

Esse post pertence a esse canal

VEJA ESSES