As ações ordinárias da CVC Brasil (CVCB3) caem cerca de 10% na tarde desta terça-feira (9) – no mesmo dia em que a companhia, após o fechamento do mercado, irá divulgar seus resultados do segundo trimestre de 2022. Às 14h15 (horário de Brasília), a baixa era de 10,71%, a R$ 7,09.
Além das expectativas para o balanço, os papéis da companhia repercutem, principalmente, a publicação de um relatório do JP Morgan, que rebaixou as ações de uma recomendação de compra para neutra, o preço-alvo de R$ 21 para R$ 10 e as suas projeções para a companhia no ano.
“Estamos assumindo uma postura mais conservadora em relação à CVC dada a dinâmica desafiadora do balanço patrimonial, ressaltando o recente aumento de capital – que vemos como um pequeno paliativo, sem descartarmos novas capitalizações”, apontam os analistas Joseph Giordano, Nicolas Larrain e Guilherme Vilela, do banco americano.
Em junho, a companhia de turismo finalizou uma oferta primária de cerca de 52,3 milhões de ações, movimentando R$ 402,8 milhões, com intenção de reforçar capital de giro.
Além disso, o JPMorgan aponta também que, apesar de haver uma recuperação dos pacotes de viagens, os mixs ainda estão deteriorados, com uma maior participação de reservas executivas, que pagam menos, e menores vendas diretas ao consumidor – isso enquanto a inflação pressiona margens de despesas.
“É provável que os resultados sejam pressionados por mais tempo, enquanto a visibilidade é baixa devido ao ambiente macroeconômico global”, afirmam. “Vemos os lucros pressionados até 2023, apesar dos incentivos fiscais do governo”.
Os analistas do banco acrescentam que o Programa Especial de Retorno dos Setores de Eventos e Turismo (PERSE), que elimina o PIS/Cofins e o imposto de renda até março de 2027, pode ajudar a melhorar a situação da CVC momentaneamente, mas deve, em breve, pressionar os preços cobrados, uma vez que é dado para toda a indústria.
O banco americano estima agora que a CVC traga um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 177 milhões em 2022 e de R$ 480 milhões em 2023, ante projeções anteriores de R$ 194 milhões e de R$ 591 milhões. O lucro operacional deve cair mesmo com a receita avançando de R$ 1,4 bilhão para R$ 1,48 bilhão.
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