CEO da BRF (BRFS3) vê com tranquilidade indicação de novo conselho


O CEO da BRF (BRFS3), Lorival Luz, afirmou nesta quarta-feira (23), durante teleconferência com jornalistas, que vê com tranquilidade a indicação dos novos nomes para compor o conselho de administração da companhia.

Principal acionista, a Marfrig (MRFG3) indicou ontem sua chapa para o conselho de administração da BRF, que foi aprovada pelos atuais membros do board da companhia de alimentos.

Conforme Luz, a chapa indicada “é muito qualificada”, e ressaltou que há um “alinhamento” e um “entendimento muito grande” entre os acionistas atualmente.

“Vimos isso (alinhamento) durante o follow-on, quando 91% dos acionistas aprovaram a oferta (de ações). Isso mostra um grande alinhamento e entendimento sobre a situação atual da companhia e em relação aos planos de crescimento e desenvolvimento”, disse.

Questionado sobre a possibilidade de uma chapa diferente da proposta concorrer à apresentada por seu maior acionista, a Marfrig, Luz afirmou que “infelizmente, não tem como dizer”, pois a proposta de chapa é dos acionistas.

Sobre os membros indicados, ressaltou que a companhia “sempre teve conselheiros qualificados” e que o novo board “será importante para trazer melhores perspectivas sobre o que a companhia está fazendo”.

Novo Conselho da BRF

Marcos Molina, fundador da Marfrig, foi indicado como presidente. Entre os demais membros, estão Sergio Rial, ex-CEO do Santander Brasil (SANB11) e atual chairman do banco como vice-presidente do Conselho; Márcia Marçal dos Santos, esposa de Molina; Altamir Batista da Silva, ex-banqueiro do JP Morgan e do Safra; Oscar Bernardes, membro do conselho da Mosaic, empresa de fertilizantes.

Outros indicados são Pedro de Camargo Neto, produtor rural que comandou a antiga Abipecs (associação de exportadores de carne suína), Deborah Vieitas, CEO da Amcham e conselheira do Santander, e Eduardo Pocetti, que faz parte do conselho fiscal da Marfrig.

Leia também: Por que o novo conselho da BRF pode ser decisivo para a empresa

Balanço da BRF

A BRF (BRFS3) registrou um lucro líquido de operações continuadas de R$ 964 milhões no quarto trimestre do ano passado, um desempenho 6,9% superior frente igual período de 2020.

Apenas o lucro total societário somou R$ 932 milhões, uma expansão de 3,3%. Em ambos casos, a empresa reverteu, frente o 3º trimestre, prejuízo líquido de R$ 271 milhões (continuadas) e R$ 277 milhões (societário).

No ano, o frigorifico lucrou R$ 437 milhões, cifra 68,5% inferior ao reportado em 2020, em termos societário, enquanto nas operações continuadas a retração foi de 62,8%, para R$ 517 milhões.

Ações recuam

As ações ON da BRF (BRFS3), após abrirem em alta, passaram a recuar no final da manhã, com baixa de cerca de 2%. O movimento se intensificou durante a tarde e os papéis fecharam com perdas de 4,60%, a R$ 18,46, também com a piora do mercado (o Ibovespa fechou com perdas de 1,01%).

Analistas do Bradesco BBI escreveram que os resultados da BRF foram neutros, com Ebitda ajustado ficando em linha com o consenso em R$ 1,647 bilhão.

Já receita acima do esperado pode ser explicada principalmente por preços consolidados acima do esperado, impulsionados por preços mais altos das Exportações Diretas, e Brasil no aumento da demanda do mercado internacional.

O BBI destacou ainda que a eleição do conselho de administração em 28 de março pode trazer mais clareza sobre a governança corporativa.

O banco mantém avaliação outperform para BRF, e preço-alvo de R$ 32,00, frente a cotação de terça-feira (22) de R$ 19,35.

Pouco inspiradores

Para o Santander, os resultados da BRF foram pouco inspiradores, mas destacou que o foco à frente está em eventos corporativos.

O Santander explica que os resultados abaixo do esperado foram em grande parte impulsionados por maiores despesas de logística no Brasil, que compensaram uma melhora sequencial na margem bruta entre as unidades.

A lucratividade permaneceu mais fraca em relação ao 4T20, principalmente devido aos altos preços dos grãos, que o banco espera persistir no futuro (devido ao déficit de safra na América do Sul), acrescentou.

O banco mantém avaliação outperform para BRF e preço-alvo de R$ 30,00.

Teleconferência com analistas da BRF

Questionado mais cedo em teleconferência com analistas, sobre a perspectiva de vendas no mercado brasileiro no trimestre atual, o CEO da BRF, Lourival Luz, afirmou que há perda de demanda por conta da redução da renda da população, com inflação, crescimento menor e taxa de juros maior.

“Isso impacta todos os nossos consumidores das diferentes regiões e classes sociais”, disse.

Além disso, ele afirmou que no último trimestre de 2021 houve alta dos estoques de compradores, cujas vendas de final de ano não foram fortes. Isso impacta as vendas neste início de ano e há um “trimestre desafiador, complexo e de adequação”.

Compressão de margens

Questionado sobre a compressão das margens, Luz afirmou que o cenário é desafiador, mas ressaltou que o consumo das “proteínas de entrada”, como carne suína e de frango, tem aumentado.

Assim, a BRF deve focar na “versatilidade dos produtos” para atender à demanda. Ele disse também que o repasse de preços “se tiver que acontecer irá acontecer”, e que a empresa nunca “fará dumping para ganhar market share”.

Conforme o balanço, a margem Ebitda ajustada da BRF alcançou 12,3% no 4º trimestre de 2021, baixa de 1,5 p.p. na comparação com igual trimestre de 2020.

Mercado externo

Sobre o mercado externo, a diretoria da BRF afirmou que a demanda da China não tem perspectiva de crescimento, mas de estabilidade.

Porém, há aumento da demanda no mercado de carne halal com turismo de negócios, eventos e turismo religioso, em países compradores, além da Copa do Mundo no Qatar.

Afirmou ainda que também tem perspectiva positiva no México. O preço da carne de frango está crescendo nos Estados Unidos, o que pode abrir mercados para os quais o país exportava.

Investimentos

Em relação aos investimentos, Luz confirmou que o Capex de 2021 foi de R$ 4,7 bilhões, incluindo fusões e aquisições no mercado de rações para animais.

Em 2022, o Capex deve ser de R$ 4 bilhões, mas afirma que a empresa irá acompanhar o “dinamismo do mercado” para “acelerar ou desacelerar sempre que necessário”.

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