As 5 maiores altas e as 5 maiores baixas do Ibovespa no mês de maio


Contrariando a máxima do “Sell in may and go away”, o Ibovespa fechou o mês de maio com ganhos de 3,22%, após um abril bastante negativo. A visão de que o Federal Reserve não será tão agressivo na subida de juros e os sinais de reabertura da economia chinesa foram fatores externos que ajudaram a impulsionar o mercado, assim como o investidor em busca de “pechinchas”.

Cielo (CIEL3) registrou mais um mês de forte alta, acumulando avanço de 74% em 2022, enquanto bancos também tiveram ganhos na esteira dos resultados do primeiro trimestre. Já o Magazine Luiza (MGLU3) teve um maio de forte queda, acumulando perdas de mais de 48% no ano, com papéis de empresas varejistas e techs ainda em baixa.

Confira os destaques de alta e de baixa do mercado em maio:

Maiores altas

Por mais um mês, a exemplo de abril, as ações da Cielo tiveram um forte desempenho positivo, em meio a perspectivas mais positivas para a companhia, encerrando maio com ganhos de 16,93%.

No final deste mês, o JPMorgan elevou a recomendação da ação da Cielo de neutra para ‘overweight’ (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), com um preço-alvo de R$ 5. O banco também destacou a companhia como a sua preferida no setor de pagamentos.

A elevação de recomendação pelos analistas ocorreu após cinco anos entre recomendações neutra e underweight (exposição abaixo da média do mercado) pelo banco. Agora, na visão da casa, a credenciadora de maquininhas apresentou melhora operacional.

O banco justifica a mudança de visão sobre as ações da adquirente após alguns dados trazidos pela empresa em seu balanço do primeiro trimestre, com destaque para o fato de a Cielo ter estabilizado sua participação de mercado, conseguido repassar preços no pré-pagamento e ter mantido seus gastos de forma disciplinada.

“Somando esses fatores à proximidade do fim do ciclo de alta da Selic, agora vemos uma ótima perspectiva para a Cielo”, comentaram na ocasião os analistas Domingo Falavina, Guilherme Grespan, Yuri Fernandes e Marlon Medina.

Por outro lado, há quem esteja mais cético com os ativos. Em relatório recente, o Itaú BBA destacou a sua preferência para as ações do PagSeguro (negociadas na Bolsa americana) dentro do setor.

Os analistas veem a Cielo negociando a um múltiplo de 8 vezes o preço da ação sobre o lucro, semelhante ao PagSeguro, mas com menos espaço para crescer e reclassificar.

“É, no entanto, menos sensível a uma eventual descida da taxa de juros dada a sua menor participação de pré-pagamento. Também vemos mais desafios aqui para participar da aquisição a longo prazo da base atual de 27%, dadas as desvantagens inerentes de serviço e custo. O negócio da Cateno (emissora de cartões) é um destaque, mas dificilmente será avaliado de forma independente”. O BBA tem recomendação neutra para CIEL3, com preço-alvo de R$ 4,30 ao fim de 2022.

BRF (BRFS3)

Depois de uma sequência de fortes perdas, as ações da BRF tiveram um mês de alta com analistas já vendo possíveis catalisadores para a recuperação da companhia. No acumulado de maio, a alta foi de 15,24%.

Os resultados do primeiro trimestre de 2022 da BRF (BRFS3), divulgados em 4 de maio, não agradaram os investidores e as ações da companhia fecharam em queda de 6,52% no dia 5. Contudo, os papéis encerraram o pregão longe da mínima do dia naquela sessão, que chegou a ser de baixa de 13,84%. Analistas, como os do Credit Suisse, avaliaram logo na sequência do resultado que essa forte queda dos ativos poderia oferecer um ponto de entrada; no acumulado de 2022, os papéis ainda caem quase 40%.

A visão foi reforçada em relatório de meados do mês do banco suíço. O Credit revisitou o seu case de investimento da BRF  para incorporar os últimos resultados da empresa e as novas perspectiva à frente. Consequentemente, os analistas reduziram o preço-alvo de R$ 30 para R$ 22 por ação. Contudo, ainda há um sólido potencial de valorização, apontaram, o que justifica a recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) dos analistas para as ações.

Os analistas ressaltaram que tinham um dos calls mais cautelosos com BRF nos últimos anos, mas agora estão na outra ponta.

Eles observam que a cadeia de produção da BRF é longa e complexa e normalmente demora alguns trimestres para voltar ao trilho. Porém, o pior ficou pra trás com um ajuste de oferta no primeiro trimestre de 2022.

“Os nossos cálculos de rentabilidade já indicam uma melhora no segmento de frango, com um aumento médio de 34% nos preços de produtos congelados e frescos no mercado doméstico, somado a uma redução de 6% no preço de grãos”, apontam os analistas. Já a rentabilidade nominal parece estar mais próxima do terceiro trimestre de 2021, quando a empresa entregou um lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) considerado razoável.

Leia também: Como BRF (BRFS3), JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3) lidaram com alta de custos, cenário externo e queda no consumo interno?

Já com relação aos suínos, também veem um alívio, com alta dos preços em 11% desde o primeiro trimestre que, quando somado com a redução de preço de grãos, traz um respiro para os produtores. “O cenário ainda não está fantástico, mas acreditamos que as margens devem melhorar gradualmente”, apontaram.

Bradesco (BBDC3;BBDC4

As ações de bancos tiveram um forte desempenho em maio, mas foram os papéis do Bradesco que se destacaram mais no setor; BBDC3 teve alta acumulada no período de 13,37%, enquanto BBDC4 subiu 14,14%. Os ativos buscaram reduzir a diferença após a divulgação dos resultados do 1T22, depois de terem registrado uma performance abaixo de seus pares depois do balanço anterior (4T21) publicado no início de fevereiro. A ação do banco teve uma performance pior no início do ano em meio a incertezas com relação a suas projeções.

Já sobre o 1T22, o BTG destacou, em análise de resultado, que as provisões para perdas com empréstimos superaram as expectativas do banco de apenas alguns meses atrás por uma ampla margem. A boa notícia, porém, é que a margem financeira bruta também veio à frente das expectativas. Isso levou o Bradesco a revisar seu guidance de forma significativa, mais alinhado com seu principal par, o Itaú (ITUB4).

Enquanto o crescimento do crédito foi mantido em +10-14%, a margem financeira com cliente foi revisada de +8-12% para +18-22%. As provisões para perdas com empréstimos gerenciais também foram aumentadas em R$ 2 bilhões, para uma faixa de R$ 17-21 bilhões. A receita de tarifas deve crescer 4-8% contra 2-6% antes, enquanto a expansão de opex (despesas operacionais) foi reduzida de +3-7% para +1-5%.

“O guidance para margem financeira de mercado não foi fornecido ‘oficialmente’, mas devido a uma Selic mais alta, essa linha deve ficar próxima de zero nos próximos trimestres, razão pela qual o impacto líquido no resultado final versus guidance anterior deve ser irrelevante”, apontaram os analistas.

O Credit Suisse ressaltou que o resultado de Bradesco estava sendo aguardado com expectativa, apontando ainda que muitos chegaram a esperar um número bem fraco e que poderia pesar no setor inteiro.

No final das contas, o trimestre ficou em linha com o que o banco suíço esperava e o guidance deu suporte para as estimativas da casa, com uma margem de clientes mais forte apesar das maiores provisões. “O controle de custo está na pauta e deve ser mais agressivo, enquanto que a perspectiva mais favorável para taxas de serviços deve ter um papel importante nos próximos trimestres”, avaliaram os analistas do banco suíço. O banco segue com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para o Bradesco, destacando o valuation.

Ainda entre os bancos, atenção para o Banco do Brasil (BBAS3), esse sim destaque da temporada no primeiro trimestre de 2022. Os papéis fecharam em alta, ainda que não no top 5, mas acumulando valorização de 12,21% em maio.

O banco estatal conseguiu superar ainda mais as projeções já otimistas do mercado, com muitas casas, como a XP e o Itaú BBA reforçando a preferência para a ação dentro do setor após o resultado.

Já o BBI elevou a recomendação para as ações do Banco do Brasil de neutra para outperform, também subindo o preço-alvo para o ativo de R$ 40 para R$ 45.

Para os analistas Gustavo Schroden, Otavio Tanganelli e Eric Ito, o primeiro trimestre de 2022 apresentou uma perspectiva positiva para o ano, quando o banco deve conseguir manter um baixo custo de risco, devido à sua carteira defensiva que tem menor exposição a pessoas físicas em comparação com seus pares. Já o NII – resultado líquido com intermediação financeira – do banco deve melhorar com taxas de juros mais altas, levando a uma expansão mais rápida dos lucros em 2022 e em 2023.

Leia mais: BB (BBAS3) em alta, Santander (SANB11) em baixa: analistas revisam recomendações para “bancões” após balanços

O lucro líquido ajustado foi um recorde de R$ 6,6 bilhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), um desempenho 34,6% superior ao reportado no mesmo período de 2021. Na comparação com o quarto trimestre de 2021 (4T21), o aumento do lucro foi de 11,5%.  O consenso do mercado era de um lucro de R$ 5,34 bilhões, segundo os analistas consultados pela Refinitiv; ou seja, o dado efetivo superou em cerca de 24% as projeções.

Eneva (ENEV3)

Em meio ao cenário de crescimento visto para os próximos anos e rumores de aquisições, as ações da Eneva tiveram um forte desempenho em maio, subindo 13,56%. Com relação ao resultado do primeiro trimestre de 2022, publicado neste mês, o Itaú BBA apontou que a companhia de energia reportou números neutros, com o Ebitda em queda no comparativo anual, dado o baixo nível de despacho após a melhora no cenário hídrico.

Mas, de toda forma, manteve recomendação de “compra” para ENEV3, com preço-alvo de R$ 18,60, visto que enxerga promissoras vias de crescimento nos próximos anos.

A Eneva ainda informou nesta semana em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que ainda não assinou os documentos sobre possível aquisição da Centrais Elétricas de Sergipe (Celse). No fim de semana, circularam notícias de que a empresa teria feito uma oferta de R$ 6 bilhões para aquisição da Celse com vistas a ampliar o parque termelétrico.

A Celse é a maior usina termelétrica da América Latina, com capacidade instalada de 1.551 MW. Seguindo a estratégia da Eneva, destaca a Levante Ideias de Investimento, a usina da Celse é movida a gás natural e possui infraestrutura para uma
nova planta adjacente, de 800 MW. Localizada em Barra dos Coqueiros, na região metropolitana de Aracaju, a usina utiliza gás natural liquefeito (GNL) importado para produção de energia, e tem capacidade de atender 15 % da demanda existente no Nordeste.

Para a Levante, se efetivada a compra, a notícia é positiva para a Eneva. “De fato, a Celse segue o perfil almejado pela companhia, utilizando gás natural para geração de energia e oferecendo preço muito competitivo, de maneira a ser sempre uma das primeiras térmicas a ser despachada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS)”, avalia.

Além da expansão de seus projetos térmicos com a Celse, os analistas ressaltam o ingresso da companhia no segmento de energia renovável, no final do ano passado, com a aquisição da Focus Energia, a qual já está incorporada às suas operações.

Ultrapar (UGPA3)

Após trimestres decepcionantes, a Ultrapar apresentou números dos primeiros três meses do ano que elevaram o otimismo com a empresa e fizeram a ação subir 13,34% em maio.

A Ultrapar apresentou resultados em linha com as estimativas da Eleven, com destaque para Ipiranga, que reportou um Ebitda de R$ 110/m³, com crescimento de 6% na comparação anual.

A receita líquida da companhia foi de R$ 34,0 bilhões (2% maior versus a projeção da Eleven e 42% na base anual), devido ao crescimento em todos os segmentos, com destaque para a Ipiranga. “O Ebitda das operações continuadas totalizou R$ 899 milhões (0,2% de alta frente a projeção da Eleven e 18,6% na base anual), um bom resultado, demonstrando recuperação da rentabilidade em Ipiranga e continuidade dos bons resultados em Ultragaz e Ultracargo”, apontou a casa de análise.

O volume vendido da Ipiranga foi estável em relação ao 1T21, no entanto, o Ebitda foi 7% superior, atingindo R$ 594 milhões, mesmo com maiores despesas com frete. A receita líquida do segmento totalizou R$ 28,7 bilhões, 44% acima na comparação anual, devido aos repasses dos aumentos nos preços dos combustíveis. O volume vendido da Ultragaz apresentou queda de 2% em relação ao 1T21, por uma menor demanda do mercado, mas os repasses dos aumentos de preços de GLP acabaram beneficiando o EBITDA do segmento, atingindo R$ 213 milhões, 42% superior ao 1T21.

Do lado de Ultracargo, a capacidade estática média totalizou 955 mil m³, 13% superior ao 1T21, fruto da expansão de capacidade em Itaqui e do início das operações do terminal em Vila do Conde. Os reajustes contratuais e menores despesas beneficiaram o Ebitda da divisão, totalizando R$ 114 milhões, com margem de 58%, (alta de 23% e avanço de 4 pontos percentuais na base de comparação anual).

” A companhia apresentou um sólido resultado, demonstrando evolução gradativa da rentabilidade em Ipiranga e continuidade do bom desempenho em Ultragaz e Ultracargo, que deve melhorar os resultados futuros da companhia”, apontou.

Leia também: Ultrapar (UGPA3) utilizará capital de venda de ativos para acertar dívidas, mas não descarta aquisições

O Itaú BBA, por sua vez, afirmou que se a rede de postos conseguir entregar margens próximas de R$ 110 por metro cúbico com sustentabilidade, o mercado deve “ficar mais otimista com a tese de investimentos da Ultrapar, sustentando um bom desempenho das ações em 2022”.

Já o Credit Suisse se disse surpreendido, uma vez que esperava que as margens de distribuição da rede de postos cairia, por conta da alta dos combustíveis.  No entanto, os analistas observam que os investidores devem ter em mente que as margens do 1T22 podem ter sido altamente ditadas pela dinâmica da oferta, uma vez que os preços da gasolina e do diesel da Petrobras estavam significativamente abaixo da paridade internacional.

Confira as maiores altas do Ibovespa em maio:

Empresa Ticker Cotação Variação
Cielo CIEL3 R$ 3,95 +16,93%
BRF BRFS3 R$ 15,65 +15,24%
Bradesco PN BBDC4 R$ 20,50 +14,14%
Eneva ENEV3 R$ 15,58 +13,56%
Bradesco ON BBDC3 R$ 16,88 +13,37%
Ultrapar* UGPA3 R$ 14,37 +13,34%

*ação ficou em sexto lugar, mas foi considerada dado que duas posições no ranking ficaram para ações da mesma empresa, de diferentes classes (BBDC3 e BBDC4)

Maiores baixas

Magazine Luiza (MGLU3)

Mais um mês, mais uma queda para os ativos do Magazine Luiza, de 23,77%. Muitos fatores podem explicar a queda recente das ações após o forte desempenho passado, como a redução da demanda por eletrodomésticos e cenário de alta de taxa de juros não só no Brasil, mas no mundo, afetando ações de crescimento.

Neste mês, a companhia divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2022, com uma boa notícia: o Magalu conseguiu reverter as quedas de rentabilidade. Destaque para a expansão de margem bruta em 2,7 pontos percentuais (p.p.) na base anual, para 27,8%, beneficiada pelo repasse de preços e crescimento das receitas de serviços. As ações até chegaram a abrir com ganhos na sessão pós-balanço, em 17 de maio, mas fecharam com uma forte queda de cerca de 11%.

Alguns motivos contribuíram para esta virada nas ações apesar da rentabilidade ter apresentado sinais de melhora. Entre eles, a leitura pós-resultado de que o crescimento seguirá pressionado pelo cenário macro, além de ter havido uma forte queima de caixa de R$ 3,6 bilhões.

Assim, tanto o Bradesco BBI quanto a XP, esta última após conversa com investidores institucionais, destacaram que a visão é de que o papel ainda não é visto como barato, apesar da forte queda dos ativos. A análise é compartilhada até pelos mais otimistas que, mesmo vendo um bom potencial de valorização para o papel em relação ao seu preço-alvo, não veem grandes catalisadores de curto e médio prazo para a companhia.

Hapvida (HAPV3)

A Hapvida foi outra empresa cuja ação foi impactada pelos resultados do primeiro trimestre de 2022, levando a um mês negativo para o papel, que fechou em baixa acumulada de 23,38%. No pregão pós-balanço, também no dia 17, as ações desabaram quase 17%, com perdas de cliente e sinais de que as sinergias com aquisições demorariam mais para acontecer.

Os analistas do Bradesco BBI observaram que, mesmo excluindo os impactos negativos do Covid-19, aquisições recentes e redução de preços nos planos individuais, a sinistralidade caixa no 1T22  ficou bem acima dos níveis pré-pandemia no 1T20, ou 7,0 p.p. na Hapvida (62,8%) e 4,6 p.p na Notre Dame (72,8%). “Achamos que esses níveis são relativamente preocupantes, especialmente considerando a sazonalidade favorável e a pressão inflacionária atual, sugerindo riscos para nossas respectivas estimativas de 61,0% e 69,5% no longo prazo (excluindo sinergias)”, apontou o banco.

O time de research do banco destacou que as adições líquidas orgânicas foram mais fracas do que o esperado, devido ao alto churn (cancelamento) tanto no Hapvida quanto no Notre Dame. O ticket médio foi misto a fraco, com queda no Hapvida tanto para planos corporativos quanto para planos individuais. Em Notre Dame, no entanto, o tíquete médio aumentou em relação ao trimestre anterior.

Apesar dos resultados bem fracos, os analistas apontaram que ainda seguiam com visão positiva para os papéis. O Bradesco BBI segue com recomendação outperform para HAPV3, pois acredita que os preços atuais das ações refletem zero de sinergia da fusão com a Notre Dame (contra um valor presente líquido que estima de R$ 29 bilhões ou 50% do valor de mercado) e ainda está 20% abaixo de seus valores justos para as empresas independentes. O preço-alvo para a ação é de R$ 14.

Petz (PETZ3)

O ambiente de alta da taxa de juros e de aversão ao risco no começo do mês afetou principalmente as ações de tech e varejistas, incluindo a Petz, que caiu 20,35%. As sessões pós divulgação do resultado do primeiro trimestre de 2022 também foram bastante negativas para a companhia, apesar de ter registrado números positivos nos primeiros meses do ano. Apenas na sessão pós-resultado, em 6 de maio, os ativos caíram expressivos 12,72%.

Entretanto, apontou a XP, há potencial para esse movimento de queda ser revertido frente a uma normalização do humor de mercado e entrega de resultados do lado da companhia.

A XP destacou em relatório ainda ser interessante notar que o primeiro trimestre de 2022 foi o primeiro em que o Zee.Dog foi totalmente refletido nos resultados da empresa, com vendas crescendo 50% na base anual, enquanto o Ebitda ainda foi negativo em R$ 3 milhões.

Contudo, avaliam os analistas, os números devem melhorar nos próximos trimestres à medida que a companhia comece a se beneficiar das sinergias entre as operações a partir do segundo trimestre, sendo a totalidade das mesmas a serem refletidas até o fim do primeiro semestre de 2023.

O BBI também aponta que, embora haja alguma pressão sobre a margem Ebitda, os principais fatores adversos são a aceleração das aberturas de lojas e a aquisição da Zee.Dog, ambos os quais consideramos “bons” ventos contrários, uma vez que contribuirão significativamente para o crescimento da receita futura e diluição de custos.

CVC (CVCB3)

Mesmo com os dados trimestrais apontando recuperação com a retomada das viagens após o período de fortes restrições por conta da Covid-19, as ações da companhia não tiveram um bom desempenho em maio, com queda de 17,65%. A empresa divulgou seus números do 1T22 no dia 10 e, no dia seguinte, fechou em queda.  De acordo com análise do Bradesco BBI, a companhia apresentou resultados mistos no trimestre, mas com destaque positivo para o Ebitda.

“É reconfortante ver o Ebitda positivo (embora pequeno) pelo segundo trimestre consecutivo, com despesas sob controle (crescendo apenas 12% em relação à 2019) e alavancagem operacional correndo através dos resultados. As reservas no Brasil ainda estão fracas e, embora tenha havido uma melhora ao longo do trimestre, destacamos que a Gol atingiu uma receita estável em relação a 2019, enquanto a receita da Azul aumentou 26% (em comparação com a queda de 35% da CVC Brasil)”, apontaram.

Os analistas do banco também observaram que as reservas da Argentina e B2B (abaixo da média) tiveram desempenho superior ao do Brasil B2C dentro do mix da CVC.

“O caixa é um problema que tem causado alguma preocupação aos investidores, uma vez que uma recuperação total das reservas exigirá investimento em capital de giro, mas foi aprovada uma emissão de dívida de aproximadamente R$ 1 bilhão, então a situação parece confortável por enquanto”, destacaram.

Para eles, embora ainda haja um longo caminho para que a CVC se recupere totalmente, a aceleração das reservas ao longo do trimestre (atingindo seu ponto mais alto desde a pandemia) e o Ebitda melhor do que o esperado, devido ao rígido controle de custos, são pontos positivos. Dito isso, a visibilidade em torno de reservas completas e recuperação de margem permanece limitada e achamos que a empresa só entregará um lucro líquido considerável em 2024. Portanto, o BBI segue com recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 19.

A Eleven apontou que o prejuízo no trimestre totalizou R$ 167 milhões e seu aumento no período foi o ponto negativo do resultado na visão da casa pois ficou pior em R$ 84 milhões versus suas estimativas e aumentou em 104,7% na base de comparação anual, resultado principalmente das maiores despesas financeiras do trimestre e da revisão de saldos de tributos diferidos negativos em R$ 62 milhões.

Contudo, mantiveram recomendação de compra e preço-alvo de R$ 18,00, enxergando que a companhia está bem-posicionada para retomada do turismo no Brasil e no mercado internacional, apoiada em sua posição de liderança de mercado e inovações tecnológicas.

Banco Inter (BIDI11)

Em meio ao cenário desafiador para as ações de crescimento com alta de juros global, as units do Banco Inter registraram queda de 17,01%, apesar de boas notícias com relação a sua listagem nos EUA.

O Bank of America, neste mês, reduziu o preço-alvo do Banco Inter de R$ 36 para R$ 17, um corte de 53%, refletindo estimativas de lucro mais baixas.

Para os analistas, o ambiente operacional desafiador está pressionando o crescimento, embora o banco esteja focado em entregar uma operação lucrativa.

Contudo, a recomendação segue de compra para o ativo. “Ainda acreditamos que, como plataforma digital líder no Brasil, o Inter está bem posicionada para proporcionar um crescimento desproporcional nos lucros nos próximos anos”, afirma a análise.

“Além disso, vemos a próxima listagem da Nasdaq como positiva, pois deve fortalecer a posição como empresa global de tecnologia e aumentar os padrões de governança corporativa”, apontaram.

Confira as maiores baixas do Ibovespa em maio:

Empresa Ticker Cotação Variação
Magazine Luiza MGLU3 R$ 3,72 -23,77%
Hapvida HAPV3 R$ 6,72 -23,38%
Petz PETZ3 R$ 12,13 -20,35%
CVC CVCB3 R$ 10,92 -17,65%
Banco Inter BIDI11 R$ 12,59 -17,01%

 

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